terça-feira, 22 de março de 2011

esperar

sentado, de mãos entrelaçadas, fita o horizonte como quem fita um futuro distante e confuso. os barcos desaparecem, trespassando aquela linha que separa os dois azulões, o mar e o céu. ele, sempre pensou que o mar era da mesma matéria do céu, ainda hoje o acha. as nuvens são como a areia. mas hoje, ele não pensa nisso. ele respira lentamente, parece esperar algo. e espera. mas o que espera não sabe, e é disso que se alimenta a sua tristeza. ele espera, espera, mas porquê esperar? ele gosta, é bonito e segundo dizem, quem espera sempre alcança. não saber qual é a meta, é um não saber que lhe faz cócegas na garganta. expira o ar, e um vapor acompanha as palavras. estava frio. ele via no mar, o que se via nas estrelas do céu. mas queria esperar... esperar porquê? esperar por ela, parece-lhe bem.

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