sexta-feira, 4 de março de 2011

irregularidades


e foi tudo numa folha papel. numa folha de papel tão igual ás outras que aquele enredo começou. foi por lá que deslizaram as pontas de lápis afiado e fino, traçando linhas curvas tão irregulares. foi assim que tudo começou. não havia palavras, havia apenas a linguagem não falada, o cruzar de olhos insistente e os sorrisos delineados na face. havia apenas o mordiscar do lábio, o nervoso bater de coração. havia apenas, um tão pouco que se tornou em tudo. havia apenas riscos rabiscados , separadamente , paralelos que ao mesmo tempo se cruzavam entre si. era iso que nós eramos, paralelos que se cruzavam entre si. havia traços ondulados, nada parecia certo. ninguém sabia como executar o primeiro passo, estavamos parados e os pés pareciam presos ao chão, tal como os nossos corações estavam presos um no outro. e depois, depois havia vazio. havia branco. o silêncio tornou-se maior e os olhares mais insistentes. e foi aí, que aprendi o que era amor.

1 comentário: